Dra. Aline Candolo – Gastroenterologia e Hepatologia em São José do Rio Preto – SP

Venha saber mais sobre os sintomas de refluxo, azia, gastrite e queimação nos estômago.

O que é gastrite?

Na verdade, o termo gastrite significa inflamação do estômago. Essa é uma definição que é feita por endoscopia, apesar de usarmos popularmente o termo gastrite, para definir alguns sintomas como azia, queimação e dor no estômago.

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E qual é o médico mais capacitado para tratar gastrite e doença do refluxo?

O médico mais qualificado para o diagnóstico, tratamento e seguimento dessas condições é o gastroenterologista. É um médico que fez residência médica em clínica médica e gastroenterologia e faz o acompanhamento clínico do paciente.

Minha formação é exatamente essa, sou especialista em tratar gastrite e doença do refluxo gastroesofágico. E além das residências médicas, sou sócia-titular da Federação Brasileira de Gastroenterologia, a maior associação de Gastroenterologia do Brasil.

A escolha do profissional adequado para te acompanhar te traz mais segurança e confiança durante o tratamento e aumenta a chance de sucesso do mesmo. Eu, com mais de 10 anos de experiência na área, sou capacitada a cuidar de você.

Gastroenterologista e Hepatologista

Leia abaixo algumas opiniões dos pacientes reais que já se consultaram comigo:

Avaliações:

Quais as causas de gastrite e dor no estômago?

Várias condições podem estar associadas ao quadro de gastrite e dor no estômago:

  • Uso de medicações como antiinflamatórios, AAS, corticóide
  • Consumo de bebida alcoólica
  • Infecção pela bactéria do Helicobacter pylori
  • Ingesta acidental ou proposital de substâncias corrosivas
  • Estresse

Qual exame tenho que fazer para confirmar a gastrite?

O exame de endoscopia digestiva alta com realização de biópsia do estômago é o melhor exame para avaliar a gastrite e suas complicações (erosões, ulcerações, etc). A endoscopia é um exame com baixo risco de complicações e que ajuda muito na confirmação do diagnóstico e no tratamento.

Gastrite é a mesma coisa que refluxo?

Não. Quando o paciente se queixa de gastrite nos remete a um quadro de dor no estômago, queimação no estômago. Já o refluxo tem uma apresentação além da dor no estômago, de queimação atrás do esterno (osso do tórax) e regurgitação (retorno do conteúdo ácido do estômago, na garganta).

Quais os principais sintomas de doença do refluxo gastroesofágico?

  1. Azia (dor no estômago)
  2. Pirose (queimação retroesternal)
  3. Regurgitação
  4. Tosse crônica
  5. Pneumonia de repetição
  6. Dor de garganta / Rouquidão
  7. Desgaste no esmalte dentário

O refluxo causa câncer?

De uma forma geral, pode sim. Existem dois tipos principais de câncer de esôfago. Um que pode se associar com doença do refluxo, e outro subtipo, que tem muita associação com hábitos de vida, como etilismo e tabagismo.

A doença acaba sendo mais incômoda com os sintomas, do que grave de uma forma geral. E a vigilância, seguimento e tratamento adequados, são a melhor forma de prevenção.

E a gastrite? Pode causar câncer?

Não existe uma associação da gastrite com câncer de forma direta, exceto se ela for causada pelo H. pylori, que sabidamente tem associação com o câncer gástrico e atualmente deve ser tratado em todos os pacientes.

O paciente deverá ser submetido a novo exame de controle de endoscopia digestiva alta para avaliar se o tratamento para eliminação do H. pylori teve sucesso, já que hoje, a chance de cura da bactéria é de cerca de 80% dos pacientes tratados.

Qual exame detecta a doença do refluxo?

Existem alguns exames para o diagnóstico de doença do refluxo gastroesofágico. Os principais são:

  • Endoscopia digestiva alta
  • pH metria de 24 horas
  • Impedâncio pH metria de 24 horas

Esses exames auxiliam tanto no diagnóstico da doença do refluxo como na avaliação da resposta ao tratamento medicamentoso.

Algum exame de sangue pode diagnosticar gastrite?

Não. Não temos nenhum exame disponível que possa dar a confirmação de gastrite. Existem alguns exames que podem constatar algumas alterações a longo prazo relacionadas a gastrite e ao excesso de ácido no estômago.

Mas via de regra eles são reservados para casos específicos e pontuais e não devem ser solicitados rotineiramente.

Podemos confirmar o refluxo com exame laboratorial?

Também não. Na suspeita do diagnóstico de refluxo, a confirmação é feita com a realização dos exames de imagem anteriormente descritos.

Nenhum exame de sangue auxilia o diagnóstico de refluxo.

Então toda vez que apresentar azia e queimação no estômago significa que o paciente tem refluxo?

Não. O diagnóstico inclui uma avaliação com consulta médica, anamnese (história clínica) detalhada e a realização de exames complementares.

Existem diversos outros diagnósticos que podem se apresentar com esses sintomas, como:

  • Pirose funcional
  • Dispepsia funcional
  • Esofagite eosinofílica
  • Distúrbios motores do esôfago

Por isso a avaliação pelo médico é imprescindível para o diagnóstico e tratamento adequado.

Como funciona o tratamento da gastrite?

O tratamento da gastrite é baseado em remoção ou controle das causas associadas aos sintomas:

  1. Evitar uso de antiinflamatórios
  2. Reduzir ou cessar o consumo de bebida alcoólica
  3. Controle emocional – medicação se necessário
  4. Tratamento do H. pylori quando a bactéria for detectada
  5. Uso de “prazóis” a depender dos sintomas do paciente e dos achados endoscópicos
  6. Evitar alimentos que estão associados com as queixas

O objetivo do tratamento é o alívio da dor e queimação do estômago, e consequentemente melhora da qualidade de vida do paciente.

E como eu faço para tratar o refluxo?

O tratamento da doença do refluxo gastroesofágico é baseado em 2 pilares:

  • Medicamentoso:  a base de “prazóis” (omeprazol, pantoprazol, lansoprazol. esomeprazol, dexlansoprazol, etc) e de procinéticos (domperidona, bromoprida, metoclopramida) e antiácidos (hidróxido de alumínio e de magnésio, carbonato de cálcio, etc)
  • Medidas não farmacológicas: baseado nas mudanças comportamentais, tão importantes quanto o uso das medicações

O uso dos “prazóis” traz riscos à saúde?

De uma forma geral, o uso dessas medicações é muito seguro. Não temos evidências robustas de danos graves a usuários crônicos de “prazóis”. Pacientes acamados e cirróticos devem usar a medicação com cautela. Os demais pacientes podem fazer uso com segurança.

O uso regular dessa classe de medicação traz algumas implicações como possibilidade de redução na absorção de algumas vitaminas, o aumento da chance de supercrescimento bacteriano do intestino delgado (SIBO), dentre outras.

Por isso o seguimento com o médico especialista é tão importante.

Posso fazer uso do “prazol” sem ir ao médico?

Não! A automedicação é desaconselhada em qualquer situação, inclusive nessa. O conceito errado que os “prazóis” são isentos de risco é um dos motivos que fazem com que essas medicações sejam umas das mais auto prescritas atualmente.

Quando o paciente se medica por conta própria, muitas vezes ele atrasa e falseia o diagnóstico correto da doença que ele está querendo tratar.

Todos os “prazóis” são iguais?

Não. Temos algumas diferenças quando comparamos essa classe de medicação. Essas diferenças incluem:

  1. Potência da medicação
  2. Tempo de duração no organismo
  3. Necessidade da realização de jejum para tomada

O médico irá definir, com o paciente, a depender da sua história, uso de medicações, outras comorbidades, o melhor “prazol” a ser utilizado.

O tratamento do refluxo é para a vida toda?

A princípio, não. Na grande maioria dos casos o tratamento tem uma duração de 8 a 12 semanas, com possibilidade de redução da dose até suspensão do mesmo. Caso o paciente apresente recorrência dos sintomas, podemos prosseguir com exames complementares e a depender dos resultados deles, considerar a possibilidade de cirurgia para o tratamento do refluxo.

Quais são as medidas comportamentais que podem me ajudar a melhorar o refluxo?

As medidas comportamentais têm um impacto muito grande no alívio dos sintomas do paciente com refluxo. As principais orientações incluem:

  • Fracionar a dieta: evitar ficar muito tempo sem se alimentar e ingerir grandes volumes de alimentos em cada refeição. Prefira ir comendo aos poucos ao longo do dia.
  • Não se deitar após as refeições: aguardar pelo menos 40 minutos para deitas após se alimentar, para o alimento que está no estômago não refluir e causar sintomas.
  • Elevação da cabeceira: elevar a cabeceira da cama de 10-15 cm com o objetivo de inclinar o corpo e evitar o retorno do alimento durante a noite. Essa orientação vale para os pacientes com sintomas noturnos / madrugada. Não é recomendado o uso de travesseiros com essa finalidade.
  • Evite: bebidas alcoólicas, refrigerantes e bebidas gaseificadas de uma forma geral.
  • Evite alimentos que desencadeiem sintomas: como café, chocolate, molho de tomate, alimentos condimentados, enlatados, embutidos, frituras, se eles piorarem seus sintomas.
  • Atenção ao peso: ganho de peso está associado a aumento da pressão intra-abdominal e consequentemente a piora dos sintomas do refluxo.
  • Cessar tabagismo: parar de fumar ajuda na melhora dos sintomas.

Fonte:

ACG Clinical Guideline for the Diagnosis and Management of Gastroesophageal Reflux Disease

Federação Brasileira de Gastroenterologia

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