Se você sente dor abdominal, estufa, gases, diarreia ou constipação, esse post é para você.
Você já ouviu falar em síndrome do intestino irritável?
Dor de barriga, sensação de estufamento, distensão e gases, podem estar relacionados a uma doença chamada síndrome do intestino irritável. Além desses sintomas, o paciente pode apresentar diarreia, constipação ou intercalar ambos os padrões intestinais.
Estima-se que 20% da população seja acometida por essa doença, principalmente as mulheres, e que apesar de não ser grave de uma forma geral, ela reduz muito a qualidade de vida dos pacientes que têm esse diagnóstico.
Alguma vez você já tinha ouvido falar nessa doença?

Qual médico procurar se eu tiver esses sintomas?
O médico mais indicado para realizar o diagnóstico, tratamento e seguimento dessas condições, é o gastroenterologista. É o profissional que fez residência médica em clínica médica e gastroenterologia e que faz o acompanhamento clínico do paciente.
Minha formação é exatamente essa, sou especialista em síndrome do intestino irritável, e além das residências médicas sou sócia-titular da Federação Brasileira de Gastroenterologia, a maior associação de Gastroenterologia do Brasil.
A escolha do profissional adequado para te acompanhar te traz mais segurança e confiança durante o tratamento e aumenta a chance de sucesso do mesmo. E eu, com mais de 10 anos de experiência na área, sou capacitada a cuidar de você.

Leia abaixo algumas opiniões dos pacientes reais que já se consultaram comigo:
Avaliações:



Quais os sintomas que ela pode causar?
Os principais sintomas associados à síndrome do intestino irritável são:
- Gases
- Dor de barriga (dor abdominal)
- Estufa (distensão no abdome)
- Diarreia
- Constipação (intestino preso)
- Alternância entre diarreia e constipação
- Sensação de evacuação incompleta

E como avalio os sintomas de diarreia e constipação?
Antigamente considerávamos o habito intestinal “normal” como sendo de 1 vez a cada 3 dias a até 3 vezes ao dia. Hoje vemos que a frequência das fezes não é o melhor parâmetro a ser considerado para a avaliação da saúde intestinal.
Atualmente, utilizamos tanto a frequência das fezes como o formato das mesmas. Para avaliar o formato, utilizamos uma escala chamada Bristol. O ideal para qualquer paciente seriam os formatos 3 e 4, sendo os padrões 1 e 2 mais associados a constipação e o 5, 6 e 7 mais relacionados a diarreia.
Muitas vezes o paciente não observa o aspecto das fezes ao evacuar. E isso é extremamente importante para trazer informações adicionais que auxiliam o médico no diagnóstico e tratamento.

Existem outras doenças que podem causar sintomas semelhantes?
Sim. Diversas doenças do aparelho digestivo podem apresentar sintomas semelhantes aos da síndrome do intestino irritável. Por isso é tão importante consultar com um médico especialista para que ele possa fazer o diagnóstico correto e o tratamento adequado.
Doenças que podem ter sintomas parecidos são:
- Intolerância à lactose
- Intolerância à rafinose (carboidrato complexo)
- Supercrescimento bacteriano de intestino delgado (SIBO)
- Parasitoses
- Constipação crônica
- Doença celíaca
- Sensibilidade ao glúten não celíaca
- Outras intolerâncias alimentares
Quando eu sei que preciso procurar o médico?
Assim que o paciente começar a apresentar qualquer tipo de sintoma que não apresentava anteriormente, ele deve procurar o médico. O atraso na consulta pode, muitas vezes, piorar a intensidade dos sintomas, retardar o diagnóstico e consequentemente o tratamento.
Sempre que buscamos um auxílio rápido, as chances de controle dos sintomas são maiores e aprendemos a lidar melhor com a doença.
A síndrome do intestino irritável pode virar câncer?
Não. A doença propriamente não evolui para câncer. Mas o paciente pode ter outros fatores de risco predisponentes para câncer de intestino, que pode, sem ter relação com a doença, evoluir com malignidade.
Por isso é fundamental que exista o seguimento médico regular. Para que, se em algum momento o gastroenterologista identificar algum sinal de alerta, ele proceder de forma adequada.
Embora a doença não seja associada ao câncer, ela acaba comprometendo muito a qualidade de vida do paciente, já que causa dor na barriga, gases, distensão e diarreia ou constipação.
A intolerância à lactose é a mesma coisa que o intestino irritável?
Não. Embora elas tenham sintomas semelhantes, como dor de barriga, gases, estufa, distensão, diarreia ou constipação, elas são doenças diferentes, com diagnóstico e tratamentos diferentes.
Existe uma associação entre elas, de forma que aproximadamente 40% dos pacientes com síndrome do intestino irritável podem ter intolerância à lactose também.
E qual é o exame que faz o diagnóstico do intestino irritável?
Não existe nenhum exame que consiga dizer que o paciente tem essa doença. O diagnóstico é clínico, baseado em um critério que chama Roma IV. Por isso que a avaliação médica é fundamental. Para que o paciente tenha um diagnóstico correto e o tratamento adequado.
O fato de não existir um exame específico para o diagnóstico, faz com que uma grande parte do paciente tenha atraso para confirmar a doença e consequentemente ter a orientação específica para iniciar tratamento e consequentemente melhorar de forma significativa a qualidade de vida do paciente.

E de sangue? Tem algum exame que auxilia na confirmação do diagnóstico da síndrome do intestino irritável?
Não. Não existe exame de imagem e nem de sangue para essa confirmação. O diagnóstico é baseado em uma conversa com o médico, que irá, com todas as informações obtidas na anamnese, sugerir a possibilidade da doença.
E existe algum tratamento para a doença?
Sim. O tratamento da doença é feito com uso de medicação associado a ajuste na dieta:
Medicações: a base de antiespasmódicos, que atuam na dor intestinal
Dieta: orientação com relação a observação e restrição dos alimentos com alto teor de FODMAPS
Outras: atividade física, sono regular e tudo o que possa trazer bem-estar ao paciente
O tratamento com medicação deve ser realizado por toda a vida?
A princípio sim, já que a síndrome do intestino irritável é considerada uma doença crônica, com períodos de melhora e piora da doença.
Em algumas situações, pode-se conversar com o paciente e discutir o planejamento do tratamento. Em casos de melhora significativa, pode-se reduzir a dose e observar os sintomas.
Geralmente o paciente têm uma rápida resposta no controle dos sintomas de dor abdominal, gases, diarreia ou constipação.

A dieta é mesmo tão importante no tratamento?
Sim. A dieta é tão importante quanto o uso de medicações para o sucesso do tratamento. O paciente deve ser orientado a observar o impacto da ingesta de alimentos com maior potencial de fermentação, e consequentemente de sintomas como dor abdominal, distensão e gases.
Chamamos essa dieta de “FODMAPS” e com ela, buscamos identificar quais alimentos estão associados, para aquele paciente, com o desenvolvimento de sintomas. Uma vez que fazemos essa associação, tentamos retirá-los do dia a dia e observamos melhora dos sintomas e orientamos a substituição por alimentos com menor potencial de fermentação.
E os probióticos, podem ser utilizados?
Atualmente não temos uma grande evidência para o seu uso na síndrome do intestino irritável, pois ele não tem uma associação direta com melhora da dor de barriga, gases, distensão, constipação ou diarreia.

O acompanhamento com psicólogo ou psiquiatra é necessário?
De uma forma geral, o seguimento com esses profissionais pode ser muito útil para os pacientes que apresentam quadros de ansiedade e depressão associados, o que acaba sendo muito frequente.
Isso significa que nem todos os pacientes irão necessitar do seguimento do psicólogo / psiquiatra, mas para os que precisam, o acompanhamento, e eventualmente o uso de medicações para controle da doença psiquiátrica costuma auxiliar muito no tratamento do paciente.

E qual é o papel do nutricionista na síndrome do intestino irritável?
O nutricionista é um profissional que costuma fornecer uma grande ajuda na avaliação inicial e seguimento do paciente. A orientação da dieta com baixo “FODMAPS”, bem como uma proposta alimentar individualizada, com objetivo de tentar ao mesmo tempo aliviar os sintomas (dor de barriga, gases, distensão, constipação ou diarreia) sem ter grande impacto na qualidade de vida dos pacientes é fundamental.
O seguimento multidisciplinar tem um grande impacto positivo no resultado final do tratamento.
Fontes: